quarta-feira, 20 de maio de 2015

Os museus brasileiros no século XIX


A criação de museus no Brasil ocorreu no início do século XIX, inspirados nos modelos europeus surgiram quatro grandes instituições museológicas: o Museu Nacional, o Museu Paulista, o Museu Paranaense e o Museu Paraense Emilio Goeldi.

     Museu Nacional / Museu Real

Em outubro de 1818, foi criado no Rio de Janeiro o Museu Nacional, inicialmente chamado de Museu Real.  Logo, em 1819 o Jardim botânico foi anexado ao museu. A instituição tinha como finalidade propagar conhecimentos, e os estudos das ciências naturais no Brasil. Seu primeiro acervo era composto por uma pequena coleção de história natural doada pelo monarca D. João VI, ganhando caráter cientifico só no final do século XIX. Lasdislau Netto (1874-1893) e Batista Lacerda (1896-1915), com sua administração, viabilizarão que o museu tivesse uma estrutura comparada as dos grandes centros europeus. Ao longo dos anos, o museu sofreu com inúmeros problemas, como a falta a verbas. Então em 1876, ele é reorganizado, e é criada a revista trienal chamada: ”Archivos do Museu Nacional”, permitindo a permutação e comunicação com outros países.

    Museu Paulista / Museu do Ypiranga

A ideia inicial da construção do museu era homenagear a independência com um grande monumento. Isso não ocorreu por falta de recursos financeiros. Mas como crescimento econômico da região, ter um museu era uma forma de mostrar a “ascensão de uma nova província” no território nacional. Em 1890 a construção de caráter monumental se conclui, inicialmente chamado de Museu do Ypiranga. Em 1893 a instituição adquire as coleções de Joaquim Sertório, e com essas coleções passa a ser chamado de Museu Paulista, oficialmente em 1894. Com a contratação do zoólogo Herman von Ihering o museu passa a ter caráter etnográfico, e tinha por objetivo de estudar, por meios científicos, a América do Sul.  Em 1895 o museu passa a ter caráter enciclopédico, e neste mesmo ano veio à publicação da Revista do Museu Paulista. Von Ilhering fez com que a instituição tivesse um perfil profissional comparável aos dos grandes museus europeus.
                                                   
Museu Paranaense

O Museu Paranaense foi à terceira instituição museológica criada no Brasil. Foi inaugurado em setembro de 1876 em Curitiba no Paraná , sendo uma instituição privada, tendo produtos da flora, amostras de minerais e alguns objetos raros. Com doações da população, foi possível realizar reformas na instituição. O museu afirmava-se como “centro cultural da província”, recebendo exposições nacionais e internacionais. Como era um museu que incentivava a produção agrícola, ele de certa forma atraia estrangeiros como “mão-de-obra”, para que houvesse um crescimento econômico e político do território. 

    Museu Paraense Emilio Goeldi  


A floresta amazônica foi palco de inúmeras expedições cientificas durante o século XIX. Então em 1866, no Pará, intelectuais mostraram interesse em construir um museu de historia natural, mas os desafios para a construção eram enormes. No entanto, foi fundada a Associação Filomática do Pará, logo depois transformando em um museu. Seu diretor foi Ferreira Penna que era geógrafo, etnógrafo, jornalista e politico.  A instituição tinha como objetivo estudar a fauna, flora, geologia, geografia e historia daquela região. Em 1871, vários estudiosos se demitiram por falta de recursos e o museu passou a ser uma repartição pública. Com o fortalecimento econômico da região, o museu é reinaugurado em 1891. Em 1893, o governador Lauro Sodré admite o zoólogo Emilio Goeldi que antes trabalhava no Museu Nacional, e Goeldi assume a direção do museu. Ele procura reproduzir fielmente as instituições europeias, trazendo naturalistas europeus para trabalhar.Também elaborou duas revistas: “Boletim do museu Paraense” e” Memória do Museu Paraense”.  No final do século XIX o museu ganha grande notoriedade.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Museu Júlio de Castilhos




O museu Júlio de Castilhos foi inaugurado em 1903, inicialmente chamado de museu do Estado. Em 1907 passou. por fim, a chamar-se Museu Júlio de Castilhos, sendo o primeiro museu do Rio Grande do Sul. Seu acervo inicialmente era um "gabinete de curiosidades" repleto de diversos itens, como por exemplo, obras de arte, artefatos indígenas, objetos históricos e etc. Sendo a primeira instituição museológica do Estado, seu acervo foi inscrito no livro Tombo de Belas Artes da Subsecretária do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1937.

Já no início da década de 1950, com o desenvolvimento da museologia foram criadas instituições específicas para cada área. Sendo eles o Museu de História Natural, o Museu de Artes (hoje o MARGS) e o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Assim o MJC passou a conservar somente o acervo histórico de caráter regional. 
Em 1990, o Museu passou a ser vinculado à Secretaria de Estado da Cultura, quando foi constituído um quadro técnico próprio.


  • Júlio de Castilhos, que foi um importante Governador do Estado e inspirava-se no positivismo para governar. Exerceu uma forte influência sobre a política gaucha. Morreu aos 43 anos, em 1903 com câncer na garganta.